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 INSTALAÇÃO DE ANTENAS

     

  

INSTALAÇÃO DE ANTENAS

 

 

Quando se trata da instalação de  sistema irradiantes, sejam para Hf ou Vhf,  sempre nos deparamos com uma série de problemas. Como não podemos muitas vezes contar com o auxílio de profissionais do ramo, o próprio radioamador tem a incumbência de dar um fim cabal ao trabalho.

  

Em primeiro lugar, o radioamador deverá recorrer ao telefone, fazendo milhares de consultas, muitas sem nexo, a outros colegas, que por sua vez, tratarão de dar uma gama muito grande de informações, quase sempre desencontradas. Após muita luta, o amador em questão começará a obra comprando uma boa quantidade de cabo coaxial.  A compra deste cabo, nem sempre é uma tarefa fácil. Primeiro, que tipo de cabo deve ser usado? E a coisa continua... mais consultas aos colegas... mais confusão! Cada um dizendo que esta ou aquela marca é a melhor.

   

Outros dizem que qualquer tipo de cabo servirá! Cabo grosso, cabo fino, a coisa parece não ter fim.

 

Quando se chega ao momento de avaliar o quanto de cabo deve ser usado, a coisa fica então mais difícil ainda.

 

Múltiplos e sub-múltiplos, pares e ímpares e por aí se vai.

 

A cabeça do colega começa a entrar em parafuso. Haverão até conselhos para que se meça  com um barbante o itinerário desde o telhado até o shack e se use então múltiplos de meia onda no barbante. Bem, após muitos conselhos, lá vai nosso colega peregrinar pelo comércio em busca de um cabo que nem ele mais sabe como deve ser, só sabe que precisa de um cabo. Nas lojas especializadas, mais conselhos e opiniões serão ouvidos e por certo, finalmente o colega comprará qualquer tipo de cabo e uma medida muito além muito além da necessária.

  

Este processo é válido quando se  está nos grandes centros, mas quando a instalação se processa em locais afastados, geralmente falta cabo, a impedância  não coincide etc. Nessas ocasiões é muito importante ter-se um amigo que esteja em rádio que por certo ajudara o colega enviando até ele um pedaço de cabo de procedência e impedância  duvidosos que geralmente já foi emprestado de outro colega que nada tem a ver com isso. Com certeza que aquele, que tão gentilmente cedeu o cabo, nunca mais chegará a rever o mesmo, mas se por ventura for devolvido estará cortado em uma medida que só interessa ao primeiro colega, mas para o segundo será apenas mais um pedaço para a sucata.

 

Eis então que chega o momento sublime de subir ao telhado ou torre! 

 

O radioamador em questão, tratará primeiro de fazer uma verificação em sua caixa de ferramentas ( se é que a mesma foi encontrada ), e notará com amargura a falta de uma chave muito importante, segundo seu pensamento.

   

Neste momento, começa a chamar a cristal em altos brados, cobrando dela a ferramenta não encontrada. Este ponto é crucial pois geralmente começam as discussões e a cristal derramará uma quantidade muito grande de palavras ácidas, dizendo que “ - a bagunça estava demorando muito a começar! “

 

Outra dificuldade consiste em reunir o material a ser usado, porque por um processo ainda não explicado pela ciência, alguma força misteriosa tende a separar tudo aquilo que reunimos. A prova disso é que nunca encontramos o material onde teoricamente o deixamos!

  

Bem; continuando, lá vai nosso valente colega com uma carga enorme, parecendo uma mula, armado com uma escada que nem sempre oferece condições de segurança.

 

Uma vez no telhado, descobre que as telhas não são suficiente fortes para agüentar as passadas em descompasso  do já exausto instalador.

 

Neste ponto, outra dúvida crucial... qual será o local que mais se presta ao intento?  Geralmente será escolhido o mais alto, que nem sempre é o mais apropriado nem o mais seguro.  Começa a fase de remexer nas telhas e então mais algumas são quebradas.  Neste interim, nos recordamos que será necessária uma ferramenta a qual não está na caixa. Novamente descemos e tomamos o cuidado de deixar alguma marca de sujeira na parede recém pintada. . A cristal por certo, com seu olho que nada perde e tudo vê, em seguida vai ralhar com o colega dizendo : “- Eu é que não vou limpar isto! “ 

 

Novamente eis nosso herói no telhado, lutando contra as intempéries. Quando tudo parece estar caminhando bem, o telefone toca e a cristal  chama dizendo ser algo urgente e que a pessoa não pode esperar. Lá vai o coitado outra vez... Naturalmente a manhã se passou e nenhum progresso significativo foi feito. Na parte da tarde, após  já ter emporcalhado metade da casa,  chega algum colega curioso e palpiteiro para verificar o que está acontecendo.  Moral da história... mais um para fazer sujeira e aumentar a ira da cristal, que por certo será solicitada para preparar um lanche ao recém chegado.

   

A luta continua, preciosas horas são desperdiçadas para responder as indagações do colega visitante que tão gentilmente veio até nós. Palpites e mais palpites são ouvidos até que uma misteriosa força impele o colega visitante a nos ajudar, pois o mesmo crê que sem sua ajuda a instalação não se completará neste dia. E lá vão os dois para o telhado! É claro que mais alguma coisa será quebrada ou sujada.  Afinal, após uma luta imensa, lá está, bela e formosa a antena por fim instalada.

 

Os colegas, suados e exauridos descem do telhado para fazerem uma avaliação da qualidade final do serviço. Aí então se descobre que a antena ou o mastro estão tortos!

   

  vão outra vez subindo nossos destemidos instaladores.  Nesta fase de ajustes, os mesmos serão feitos através de muita força-bruta, muitas marretadas,  lógico que muito barulho e mais sujeira.

 

Afinal, com a noite quase caindo, descobrem que tem que ir correndo ao depósito mais próximo de materiais de construção para repor as telhas que sucumbiram ante a ferocidade dos instaladores. E lá vão eles em desabalada carreira tomar as providencias antes do fim do horário comercial. Já é noite quando a recomposição do telhado termina. Em suma, o serviço ficou um “xaxixo “, mas no dia seguinte por certo terá que contratar-se um profissional para acertar o que não ficou certo.

 

Imundos e falando sem parar da proeza feita, lá vão eles pelo interior da casa rumo ao shack para finalmente soldar o terminal  ao cabo. A ansiedade é notoriamente visível pois a todo custo eles querem realizar os testes no dia, sob pena de não poderem dormir sossegados. Claro que os tapetes da casa estão em situação calamitosa e a cristal está furiosa  devido ao acumulo de caliça em toda a residência. 

 

Afinal, onde está aquele último pedaço de solda que tinha sido guardado com tanto carinho para a ocasião?  A muito custo e mais sujeiras é montado finalmente o conector.  A hora da verdade se aproxima... o rádio é ligado e então é feito um chamado geral. Um colega distante responde, dizendo com certeza  que está ótimo, só que o sinal continua igual  ao da antena anterior.

  

Então dizemos frustrados que acabamos de fazer a instalação e que ainda faltam pequenos ajustes.  Claro que não falta mais nada a não ser limparmos as imundícies e irmos dormir pensando :  Aonde foi que eu falhei?

  

  

 Colaboração e texto de Dirceu C. Cavalcanti, PY5IP

  

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