Foi
nos idos dos anos de 1956 que se ouviu, pela primeira vez, alguém
dizer Rodada dos Munhecas. Naquele tempo usava-se as pichiricas e até
mesmo os famosos armários, cujos raques eram do tipo guarda-roupas.
As
pichiricas, que iam desde uma 6V6 por outra, até os casais de 807,
que davam uma potência aproximada de 10 a 200 watts. Havia aqueles
colegas que já tinham os famosos Hamarlund que ainda procurando se
encontra em alguma sucata. Por causa da diversidade de transmissores
e receptores, a recepção era uma calamidade.
Mesmo
hoje, a turma fica fora da freqüência, imaginem no tempo dos VFO
caseiros!
Num
certo dia do ano de 1956, Celso Trigo Alvarez - PY3AIE afirma que
fez uma chamada geral e, para sua alegria, foi contestado por vários
colegas, formando, assim, um belo grupo de assuntos muito afins. Daí
em diante formou-se o hábito de se reunir todas as manhãs os
mesmos companheiros.
Isso
aconteceu no primeiro trimestre daquele ano, muito próximo do fim
de março. Pois bem, reunidos como ainda hoje se faz, para falar
pelo rádio, vários colegas formavam as tais rodadas. No caso da
Rodada dos Munhecas eram: PY3UU - Pe. Rômulo Zanchi, PY3MQ – Luiz
Herter, PY3SR – Alfredo Scheidt, PY3IP - Luiz Antônio Coelho,
PY3AIE - Celso Trigo Alvarez, PY3SW - Osmar Djalma Viana Barcellos e
PY3ANH - Deoil Bica Padilha.
Um
dia o Coelho - PY3IP bicou várias vezes na freqüência, modo de
dizer, porque na realidade ninguém estava na mesma freqüência, e
por isso só foi escutado muito tempo depois, e disse: "vocês
todos são um bando de MUNHECAS, não escutam ninguém!" Talvez
tenha esbravejado com adjetivos usados na época - munheca de pau,
munheca de cimento armado, etc.
Tempo
depois, ainda em 1956, quando foi eleita a primeira diretoria da
Rodada, sendo seu presidente Celso Trigo Alvarez - PY3AIE, o nome de
Rodada dos Munhecas já estava consagrado. Em 1959, quando foi
eleita a segunda diretoria, esta, querendo prestar homenagem ao seu
primeiro presidente, que aniversaria dia 3 de abril, elegeu essa
data como o dia da fundação da Rodada dos Munhecas. Celso Trigo
Alvarez - PY3AIEpermaneceu na presidência da Rodada até 1959.
Nesse ano foi eleito o colega Osmar Djalma Viana Barcellos - PY3SW
que sugeriu o título de Patrono da Rodada ao Celso Trigo Alvarez -
PY3AIE, sendo acatado, com entusiasmo, pelos membros da Rodada. Vale
dizer que as eleições, naquele tempo, eram feitas pelo rádio, a
viva voz.
Desde
o começo foi criado os cargos de Presidente, Vice-Presidente,
Secretário, Orador, Diretor Social, Rainha, Patrono e Presidente de
Honra. O Presidente comandava a rodada. Por consenso, Osmar Djalma
Viana Barcellos - PY3SW foi agraciado com o título de Presidente de
Honra, que hoje é desempenhado pelo nosso amigo Rozalino Gonçalves
de Abreu - PY3BFW, por morte do PY3SW. Foi oficialmente tomado como
referência a freqüência de 3.616 KHz, que era o cristal da estação
do Alfredo Scheidt - PY3SR. Hoje em dia, por ocasião da eleição
da diretoria, o presidente eleito fica com a guarda do cristal, para
ser repassado ao seu sucessor.
1º
ENCONTRO DA RODADA DOS MUNHECAS
Em
1966, em Santa Cruz do Sul-RS, por ocasião das festividades da 1a.
FENAF, em que se festejou o 19º Rancho do Radioamador Gaúcho, como
parte das festividades daquele evento, o Celso Trigo Alvarez -
PY3AIE, graças ao seu grande prestígio, divulgou, durante uma
grande assembléia, as festividades do 10º Aniversário da Rodada
dos Munhecas. Cedido o espaço, houve discursos de vários colegas,
entre eles o Celso, que levou ao conhecimento dos presentes o
regozijo dos componentes da Rodada dos Munhecas, por estarem
festejando juntos o 1º Encontro da Rodada dos Munhecas. Deoclides
Varone - PY3ABU, pediu a palavra para tecer adjetivos elogiósos ao
Rozalino Gonçalves de Abreu - PY3BFW, idealizador do 1º Diploma, distribuído
naquela oportunidade, aos colegas que compareceram às festividades.
A
noite houve um grandioso baile ao som de uma magnífica orquestra.
Como
parte dos festejos da Feira, estavam na cidade de Santa Cruz
do Sul os principais artistas da Rádio Nacional. O maestro
Chiquinho do Acordeom, que fora servido com um comunicado, via
radioamador, pelo colega Ido Schuk - PY3BQM, por ocasião do
falecimento de seu progenitor, fez questão de levar os seus colegas
ao baile. Do mundo artístico, que acompanharam o maestro Chiquinho
ao baile, destacamos: Edu da Gaita, Ary Leite, grande humorista da
época, Luciane Franco, uma das maiores intérpretes da música
popular brasileira, que brindou os radioamadores com uma das mais
belas músicas do seu repertório, chamada Ma Vie, de grande sucesso
na época. Houve distribuição de autógrafos, enfim, foi uma das
maiores festas já realizadas em que esteve presente a Rodada.
2º
ENCONTRO DA RODADA DOS MUNHECAS
Realizou-se
em 1971, na cidade de Cruz Alta-RS, por ocasião do 24º Rancho do
Radioamador Gaúcho. Esse encontro, na realidade, aconteceu de modo
fortuito, pois tratava-se do Rancho do Radioamador Gaúcho, por
sinal muito bem festejado, tendo vindo do Rio de Janeiro a famosa
Banda Veneno e a Banda dos Fuzileiros Navais. Nessa ocasião, a
exemplo do que já tinha acontecido em 1966, em Santa Cruz do Sul,
por ocasião do 19º Rancho do Radioamador Gaúcho, a Turma dos
Munhecas, em grande número presentes àquela festividade,
realizaram o 2º Encontro da Rodada dos Munhecas.
|