Embora a consulta não versasse sobre compatibilidade eletromagnética (EMC), a LABRE se posicionou sobre a necessidade do Brasil adotar os quesitos e normas de EMC para coibir as rádios interferências provindas desses produtos.
Na contribuição a associação especificou que “a geração fotovoltaica usa necessariamente inversores eletrônicos para a conversão da energia elétrica em corrente contínua fornecida pelos painéis fotovoltaicos para a forma senoidal das redes de alimentação normal. Esta conversão é realizada nos inversores modernos através de chaveamento rápido de tensão e corrente (PWM) por ser uma forma eficiente e compacta. Quanto mais rápido o chaveamento, menores as perdas e maior a eficiência. Entretanto, a velocidade do chaveamento e a potência envolvida na conversão são fatores diretamente proporcionais à capacidade de emissão de energia eletromagnética espúria em largo espectro, podendo resultar em poluição eletromagnética e consequente interferência sobre serviços de radiocomunicações”.
A LABRE ponderou que “há todo um arcabouço normativo e legislativo internacional e regional que inclui a proteção contra este tipo de interferência, garantindo a compatibilidade eletromagnética (CEM/EMC) entre todos os sistemas eletroeletrônicos para a confiabilidade operativa dos mesmos”.
O grupo de Gestão e Defesa Espectral da LABRE considerou ainda que “a não adoção de normas de CEM (emissividade) que limitem a emissão de energia eletromagnética espúria dos inversores de potência ou qualquer outro dispositivo do sistema fotovoltaico (como controladores de carga de baterias) pode sujeitar o país a produtos mal projetados (…) sem as necessárias blindagens e filtros supressores (…) Tal fato coloca em risco a qualidade dos serviços de radiocomunicações ou mesmo a segurança operativa de sistemas eletrônicos vizinhos ao local de instalação, que poderá ser disseminado aos milhões pelo território nacional”.
A posição da LABRE repercutiu positivamente no Inmetro. A Comissão Técnica n.08, integrada por vários engenheiros especializados relacionados a laboratórios de eletrônica, também contribuiu com a Consulta Pública. O mesmo se sucedeu com a Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (ABRAC), que também dispõe de grupo de trabalho voltado a EMC.
No mesmo mês a IARU, União Internacional de Radioamadores, após um trabalho de vários anos do seu GT de EMC, conseguiu aprovação na IEC, Comissão Eletrotécnica Internacional, de uma versão atualizada da norma CISPR-11 (Equipamentos Industriais, Científicos e Médicos. Características de Distúrbios em Rádio Frequência. Limites e Métodos de Medição) adequada para dispositivos eletrônicos como os inversores de energia solar.
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Fonte: LABRE/GDE