Paranaguá,
26 de julho de 2002
Esclarecimentos.
Ao companheiro – Interferente - Fulano.
Para
que um cidadão seja licenciado para o serviço de
Radioamador (ZZ, PU, PY), basta você procurar a Anatel ou a Labre,
levar seus documentos, estudar um pouco sobre legislação/ética
operacional, Técnica após ter obtido sucesso nos testes, pagar
algumas taxas, comprar seu equipamento, antenas e pronto !!.
Mas
para ser um operador autêntico é coisa diferente. Não é somente
ser um licenciado. O prefixo é apenas uma identificação obrigatória
para o uso do radioamador. Ser
ZZ5, PU5 ou PY5, (faixa do radioamador) não quer dizer que
você é mais ou menos que outro operador. Não é o indicativo que
faz um operador, e sim fundamentalmente, como você sente as
virtudes do rádio e como usa esses sentimentos.
Alcançar
o licenciamento não é o fim da missão. Para um operador autêntico
é ter um raro amor pelo rádio e pelo que se pode fazer com ele
pelo bem-estar dos outros. Isso significa ter a capacidade simultânea
e igualitariamente se deslumbrar com todas as maravilhas da
tecnologia que nos dispõe.
Ele
significa também trabalhar harmoniosamente com todos os que
igualmente compartilham dessas emoções. Emoções que vão desde o
uso do rádio na prestação de um serviço até a conquista de um
objetivo pessoal qualquer, um contato confirmado com algum local
distante, participar de contestes ou apenas bater um papo.
Se
não se tem essa forma de sentir, porque alguém em nossos dias iria
se motivar em obter uma licença?.
Estatísticas
demonstram uma tendência de queda no número de licenciamentos, mas
a dúvida que resta é quanto desse declínio esta vinculado ao fato
de que novos e mais adequados serviços de telecomunicações foram
disponibilizados para as pessoas, fazendo com que elas não
buscassem o serviço de radioamador esse tipo de fim apenas utilitário.
Por
certo o número de autênticos operadores que buscam se licenciar não
diminuiu. Entretanto, não devemos
esquecer que todo aquele que hoje é portador de uma licença
de estação é potencialmente radio-operador, ou ele é, pelo
menos, merecedor do benefício da dúvida.
Em
muitas ocasiões para ser um radio-operador autentico não precisa
do licenciamento. Alguém com grande entusiasmo e amor restaura um
noveleiro antigo não é por acaso um verdadeiro radio-operador,
licenciado ou não?
Podemos
dizer que não é um dos nossos, alguém que se levanta junto com o
alvorecer para escutar uma emissora de broadcasting em ondas
tropicais, durante poucos 5 minutos,
só porque vem do outro lado do mundo?
Há
tantas coisas a serem aproveitadas. A maioria de nós está
envolvido em explorar apenas parte dos mundos que se abrem para um
licenciado.
Os
afortunados entre nós tiveram a sorte de ter orientadores,
verdadeiros escudeiros que se mostraram sempre desejosos de
despender tempo para ajudar-nos em nossos primeiros passos. Talvez
esses escudeiros mesmos fossem mais afortunados, por terem a
oportunidade feliz de descobrirem pessoas com quem viriam a
compartilhar suas paixões.
Encabeçando
as atividades que nós podemos e devemos fazer, vem as atividades
emergenciais e de interesse público. Participações eficientes
nesses trabalhos não para qualquer um – sabemos, mas todo
operador deve conhecer as bases em que esses trabalhos são feitos e
deve estar sempre pronto para aquelas situações onde as
telecomunicações ficam comprometidas.
Não
é o mínimo que devemos dar em troca dos privilégios que temos?
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Colaboração: Mauricio
Matos da Silva- PY5MC
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