ANTENAS
- CONCEITOS
BÁSICOS
Uma
antena é o elemento de uma estação de rádio responsável pela
conversão da potência do transmissor em ondas eletromagnéticas e
também faze-las chegar até o seu receptor . A eficiência de uma
antena para concretizar esses dois trabalhos, é um dos maiores
fatores de como sua estação “ouve “ e será
“ouvida “ pelos demais.
Desde
os primeiros dias do rádio, as antenas envolveram os operadores.
Houveram muitos desejos e restrições. Cada tipo de antena foi
desenvolvido para ajudar alguém em sua necessidade. Muitos modelos
foram modificados, otimizados, curvados, dobrados até alguém dar
um novo nome para uma nova antena que nascia. Algumas antenas foram
desenvolvidas para serem usadas em locais com pouco espaço disponível,
outras, para prover um lóbulo de radiação em especial, e outras
somente porque foram feitas.
Radioamadores
adoram desenvolver e experimentar com antenas. É uma das poucas áreas
atualmente em que ainda o radioamador pode construir algo ou
modificar visando uma boa ou melhor
performance. Para iniciar, tenha em mãos um bom livro sobre
o assunto e faça a leitura do mesmo com atenção. Existem muitas
publicações que podem fornecer importantes informações sobre
muitos tipos de antenas para radioamadorismo. Também essas obras
nos orientam acerca de técnicas de construção, de instalação e
materiais.
A
performance das antenas é um fator ainda não compreendido pela
maioria dos radioamadores. Muitos iniciantes acreditam que uma
antena com baixa estacionária é uma boa antena. A estacionária
lida através de
instrumentos nos mostram tão somente o tanto de potência
perdida e não irradiada pelo sistema. Uma alta estacionária pode
ser causada por conectores defeituosos ou cabo, assim como uma
antena defeituosa ou mal ajustada. A estacionária medida, alta ou
baixa, não traduz o quão bem a antena está irradiando !.
Medições
ou
ganho preterido em antenas são objeto das maiores controvérsias
entre fabricantes e usuários.
Uma diferença de 2 dB entre uma antena de um fabricante e de
outro na hora de comparar um determinado tipo de irradiante pode ser
determinada durante os testes onde a altura e o angulo de irradiação
podem ter sido diferentes para um mesmo tipo de antena, daí
resultarem diferenças entre elas. Assim, uma antena Yagi mal
construída ou projetada, ou em altura errada, pode não funcionar tão
bem quanto outra de menores dimensões ou mesmo um dipolo.
A
altura correta de uma antena depende de uma série de fatores. Em
geral uma antena baixa é mais eficiente para cobertura local e
outra a maior altura é ideal para DX. Porém na prática, existem
ocasiões em que uma antena a baixa altura
suplanta a mais alta nas bandas de HF. Em VHF e UHF, grandes
antenas
a grande altura são usadas para transpor
obstáculos. Existem outras aplicações nestas faixas em que
a altura não é fator preponderante, como ex.: Reflexão lunar,
reflexão em chuva de meteoros, aurora, e satélites.
A
escolha do tipo de antena a ser usado depende do que se pretende
fazer com ela. Você quer competir em um conteste em 160 m. ou
somente escutar o repetidor local de 2m ?
Você reside em um apartamento em um grande centro urbano
ou em uma dúzia de acres no interior ? Você vai instalar
sua antena em uma torre de 30 m ou vai instalar um fio na janela de
seu apartamento ? A lista a seguir contempla alguns tipos mais
populares de antenas usadas. Não se trata de uma lista completa,
apenas ilustrativa, pois nossa intenção não é aprofundar-nos em
teorias da física, mas sim um simples guia prático de consulta.
Dipolos
de meia-onda:
Descrição
– A mais básica das antenas, somente dois pedaços de fio ou
tubos de alumínio com ¼ de onda para cada lado, alimentada pelo
centro.
Bandas
-
Todas.
Uso
mais comum -
HF
Padrão
de irradiação – Se está na horizontal, o padrão será
bidirecional, com pontos nulos nas extremidades. Se o centro
estiver mais alto que as extremidades, ela será chamada de “V
invertida “ os pontos nulos das extremidades serão mais
pronunciados. Se o fio estiver na vertical obteremos um padrão de
irradiação circular.
Vantagens
– Fácil de construir, fácil de instalar, materiais leves e de
também fácil aquisição.
Desvantagens
– Muito longa nas faixas inferiores de HF.
Dipolos
bobinados/ multibanda:
Descrição
– Dipolo ou dipolo invertido com traps
e/ou bobinas de carga que ajudam a operar em outras bandas.
Bandas
– HF
Uso
mais comum – HF, onde o espaço não permite ter-se múltiplas
antenas de ½ onda completas.
Padrão
de irradiação -
Igual ao dipolo de ½ onda.
Vantagens
– Fácil de instalar e economiza espaço .
Desvantagens
– Os traps ou bobinas podem limitar a potência
irradiada, mais difícil de ser projetada e sintonizada que
um dipolo comum.
Long
wire/unifilar:
Descrição
– Usualmente um pedaço de fio tão longo quanto possível.
Bandas
-
HF
Uso
mais comum -
Hf portátil ou mesmo base, onde a rapidez e facilidade
de instalação são requeridas.
Padrão
de irradiação – Multi-lóbulos através do comprimento da mesma,
variando o padrão conforme a longitude e a freqüência.
Vantagens
– Fácil de instalar , leve e pode ser colocada quase que em
qualquer lugar.
Desvantagens
– Normalmente requer acoplador, requer bom sistema de aterramento
para manter a RF fora do Schak. Performance menor que a prevista .
Windon/Zeppelin/G5RV
:
Descrição
– São variações de dipolos e long wires envolvidos em certas
situações. Dentre estas a G5RV é a mais popular versão deste
tipo de antena pois foi projetada
para cobrir muitas das bandas de HF.
Bandas
– HF algumas ou combinações de bandas.
Uso
mais comum - HF
Padrão
de irradiação -
Variável conforme a freqüência .
Vantagens
– Cobertura multi-banda
Desvantagens
– Alguns modelos podem ser grandes. Precisam de certos tipos
diferenciados de alimentação, acopladores ou balloons para
trabalharem bem.
Vertical
¼ de onda:
Descrição
– É essencialmente um dipolo de ½ onda onde sua parte inferior
é constituída por um plano de irradiação. Ex: o teto de um automóvel
ou um plano de terra que consiste em alguns pedaços de fio ou
tubos. Uma variante comum deste tipo de antena é a L
invertida.
Bandas
-
HF VHF e UHF.
Uso
mais comum – HF VHF e UHF. Móvel ou base.
Padrão
de irradiação : Omnidirecional.
Vantagens
-
Omnidirecional, cobre múltiplas bandas . Fácil de
construir, fácil de sintonizar. Com um sistema diferenciado de
alimentação, pode
ser combinada aos pares para aumentar o ganho e
diretividade.
Desvantagens
– Muito grande para as bandas inferiores de HF.
Vertical
Multibanda Bobinada:
Descrição
– Podem ser verticais de ¼
ou ½ onda
com traps ou bobinas para faze-la trabalhar em
múltiplas bandas.
Bandas
– HF VHF e UHF.
Uso
mais comum – HF VHF
e UHF móvel .
Padrão
de irradiação – Omnidirecional.
Vantagens
-
Padrão omnidirecional, cobre múltiplas bandas com um
simples irradiador vertical, relativamente pequena, comparada a uma
vertical full size,
algumas não requerem plano terra nem mesmo radiais.
Desvantagens
– Mais cara que uma vertical banda-única , não é muito
eficiente pois existem perdas nos traps e bobinas. Difícil de
projetar e construir.
Loop
Onda Completa:
Descrição
: É uma antena onda completa feita com fio montada em loop , e alimentada onde as pontas se encontram.
Bandas
: HF
Uso
mais comum : HF
Padrão
de irradiação : Bi-direcional variando a omnidirecional,
dependendo da orientação e do ponto de alimentação.
Vantagens
– Ganho maior que a dipolo comum. Material usualmente fácil de
encontrar e fácil de construir.
Desvantagens
- Imensamente maior que o dipolo, instalação difícil,
sintonia delicada em 50 ohms.
Antenas
com Elementos Parasitas ( Yagis, Quagis,quadra cúbica ):
Descrição
: Antenas construídas com tubos de alumínio, geralmente ½ onda (
Yagis ), ou com onda completa em fios rigidos ( Quadras ) ou combinação
destas duas ( Quagis ). Normalmente só um dos elementos é
alimentado com o cabo coaxial, os demais elementos tem a função de
apanhar a energia do elemento excitado e re-irradia-la.
Bandas
– HF VHF e UHF.
Uso
mais comum – A qualquer tempo em que se deseje um padrão
diretivo.
Padrão
de irradiação – Facho diretivo simples.
Vantagens
– Ser projetada para dar um ganho maior que a maioria das antenas
existentes de HF
e VHF. Pode ser apontada para a estação desejada
concentrando a potência irradiada naquela direção. Pode reduzir
interferências na recepção por também receber em uma só direção.
Pode ser construída com fios a preço reduzidíssimo, porém estar
apontada somente para um determinado ponto.
Desvantagens
- Difícil
construção, especialmente nas baixas freqüências onde são muito
grandes e caras.
Yagis
multibanda:
Descrição
- Similares
as yagis descritas anteriormente, porém com traps e/ou bobinas de
carga com o propósito de cobrirem múltiplas bandas.
Bandas
– HF ( 40 a 10 metros usualmente ).
Uso
mais comum – São usualmente usadas em situações onde não se
dispõe de espaço ou dinheiro para ter várias mono bandas.
Padrão
de irradiação – Facho diretivo simples.
Vantagens
– Cobertura de geralmente três faixas de HF
Desvantagens
– Não tão eficientes quanto as mono bandas, difíceis de
construir em casa.
Log
Periódica:
Descrição
– Esta é uma antena dipolo com aproximadamente ½ onda, que vai
encurtando seu comprimento físico progressivamente
ao longo do boom. Todos os dipolos são alimentados simultaneamente
numa disposição conhecida como fase alternada. A idéia é ter dois
ou mais dipolos trabalhando juntos em uma freqüência em
particular, criando um facho onde a antena estiver apontada.
Bandas
– HF VHF e UHF .
Uso
mais comum – Cobertura de múltiplas bandas.
Padrão
de irradiação – Lóbulo simples.
Vantagens
- Cobertura
contínua de freqüências. Mais eficiente que as yagis bobinadas.
Desvantagens
-
Difícil de ser projetada e construída em casa. Usualmente grande
como uma tribanda bobinada.
Beverage:
Descrição
– O nome deriva do Dr. Harold Beverage que foi o primeiro a
construí-la. Esta antena tornou-se popular devido ao baixo ruído
na recepção de sinais em freqüências baixas, principalmente é
usada em 160 metros , mas pode ser usada com eficiência em 40 e 80
metros ( só recepção ). Esta antena é como uma long-wire;
usualmente com um comprimento de onda ou mais, é
instalada a cerca de 2 ou 3 metros acima do solo.
Bandas
– 40
a
160 metros.
Uso
mais comum
- HF recepção somente.
Padrão
de irradiação – Depende do comprimento e da forma de terminação,
mas normalmente uma série de lóbulos são encontrado em sua
longitude.
Vantagens
– Muito
direcional, muito baixo ruído é captado, fácil de instalar,
muitas variações são possíveis. Material barato e fácil de
conseguir.
Desvantagens
– Comprimento, superior na maioria das vezes
a 160 metros. Relativamente ineficiente, alguns usuários
adicionam pré-amplificador a elas com finalidade de aumentar o
rendimento.
Cornetas,
discos, Guias de Onda etc...:
Descrição
– Estes tipos de antenas são usadas especialmente em UHF e
microondas.
Bandas
- UHF e acima .
Uso
mais comum – Qualquer aplicação em UHF.
Padrão
de irradiação – Desde um simples facho até múltiplos fachos
diretivos.
Vantagens
– Mais
alto ganho possível, pequeno tamanho, baixo peso.
Desvantagens
-
Muito difíceis de serem executadas em casa, exatidão é
extremamente importante quanto o comprimento de onda diminui.
Rememore
:
Nenhum transmissor é melhor do que sua antena !
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